sábado, 17 de novembro de 2012

História da Igreja: Vida nos mosteiros e o mosteiro de Castro de Avelãs


No mosteiro a obediência pautava-se pela disciplina e pelo horário. Quando tocava para a oração, deixavam o que estivessem a fazer para rezar.
A ociosidade é inimiga da alma e, por isso, os monges devem ocupar-se de trabalhos manuais e de leitura espiritual, insistia-se no cultivo da sabedoria.
É preciso lembrar que inicialmente o cristianismo era um fenómeno sobretudo urbano e que, a partir do século IV, devido ao contexto histórico e político, multiplicaram-se as paróquias rurais.
Bragança e o mosteiro de Castro de Avelãs
As primeiras referências a um povoado (pagus), antepassado toponímico de Bragança, surgem nas actas do Concílio de Lugo (569 d. C.) sob a designação de Vergancia. Posteriormente, já na divisão administrativa de Wamba (666 d. C.) surge já uma referência a Bregancia. Salvaguarde-se, contudo, que esta referência pode não corresponder toalmente à verdade um vez que a cópia das actas a que se teve acesso é de elaboração posterior, podendo ter sido alvo de interpretação.
O domínio de suevos e visigodos, acerca dos quais tão pouco se sabe, veio contribuir para que se acentuasse a ruralização da economia. Com efeito, supõe-se que alguns traços da vida pastoril e comunitária desta região se ficam a dever à ocupação destes invasores.
Finalmente, o último povo invasor: os mouros, a quem a tradição popular tende a atribuir uma grande soma de vestígios. Como foram os últimos “intrusos” e como foi marcante o ambiente de prolongadas lutas e conflitos entre a civilização cristã e a muçulmana, a memória dos povos islâmicos permaneceu no imaginário popular. São diversas as lendas e tradições que lhes atribuem muito do que deixaram os povos anteriores, sobretudo os romanos. Ainda que a toponímia pareça acusar a sua influência (Alfaião, Babe, Baçal, Bagueixe, Mogadouro, etc.) não foram encontrados vestígios materiais dos mouros que permitam comprovar a sua presença. Note-se que a influência da civilização islâmica parece ter sido pouco marcante nas regiões a norte do Douro e ainda menos relevante nestas áreas montanhosas do interior.

Mesmo sem aceitar a tese do ermamento, é bem provável que o actual Trás-os-Montes, bem como toda a região do Nordeste, tenha experimentado, no início do domínio muçulmano, uma acentuada rarefacção do povoamento. Devido ao movimento da Reconquista a região de Bragança, integrada que estava no reino das Astúrias (ou de Leão, como passa a ser conhecido a partir do século X), acaba por sofrer a influência leonesa, traduzida em alterações ao nível da economia, da organização eclesiástica, da arquitectura, da cultura e, até, da própria língua, cujas influências perduraram até à actualidade. Senão, repare-se nos falares mirandês e guadramilês. 
 (informação retirada do site da Câmara Municipal de Bragança)

Para mais informação ver cópias fornecidas pelo professor durante a aula e relativas ao bispado de Bragança durante o governo dos suevos e godos, das Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança, Tomo I; bem como o documento “organização eclesiástica do espaço”, de Ana Maria Jorge; e “o mosteiro beneditino de São Salvador de Castro de Avelãs no povoamento da região de Bragança”, de Carlos Prada de Oliveira.


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